Excelente entrevista da Profa. Ivana Bentes da UFRJ no caderno Mais! da Folha. Trata da extração de valor econômico do exibicionismo a da intimidade pessoal, na cena midiática dos dias atuais. Leitura obrigatória, pois como insinuei em meu post anterior, "brand names" tornaram-se verbos no espaco digital - ou ordens ou ditames ou modos disciplinares (got it baby?). Segue uma das respostas da Profa. Ivana:
PERGUNTA - Pessoas antes quase desconhecidas são alçadas rapidamente à condição de celebridades por conta dos milhões de acessos, casos da escocesa Susan Boyle, de Cris Nicolotti e de Maisa. Qual a importância hoje da internet no processo de criação das celebridades?
BENTES - "Celebridade" talvez seja um nome antigo (coisa do século passado, de mídias "modernas", como cinema e TV) para descrever os processos da visibilidade contemporânea. A internet e o YouTube criaram um novo público, pós-televisivo, um consumidor-produtor superativo, que clica tudo e que vê tudo -sem dúvida é uma nova força. O YouTube é genial porque é o esgoto público das imagens, onde é possível experimentar o que há de mais potente e monstruoso (no sentido positivo e negativo dos excessos e das exceções) na multidão de usuários, sem mediação. Sem o "patrão", como Silvio Santos se apresenta para a menina Maisa no SBT, num dos quadros.